Apresentação — Luca Ortelli

«Questões formuladas num vocabulário sombrio, por vezes severo, que não faz concessões à retórica: planos, das geometrias elementares, secções e elevações que evidenciam os volumes, costelas, sólidos e vazios por meio de sombras agudas. Desenhos demostrando edifícios reduzidos a apenas alguns elementos, quase como se fossem ruínas ou fragmentos de uma única grande construção.»

Esta é uma citação das últimas frases do prefácio da mítica publicação “Architettura lingua morta”, escrita pelo nosso convidado para a aula magna de hoje, Luca Ortelli, publicada por Quaderni di Lotus em 1988.

Falando de Giorgio Grassi, Luca Ortelli revela um olhar e um sentimento sobre a essência da arquitectura. Como ele também o faz, tão claramente, na sua famosa série de conferências, que eu tive o privilégio de assistir, quando leccionava na Universidade de Navarra, intituladas “Modernismo Sem Vanguarda”, expondo uma metodologia interpretativa, de enquadramento e explicação da obra de Heinrich Tessenow, Erik Gunnar Asplund, Sigurd Lewerentz ou Hans Schmidt.

Luca Ortelli é notoriamente reconhecido, pela sua importância no ambiente académico europeu, pois ensinou, leccionou e publicou nas universidades mais influentes: Zurique, Mendrisio, Genève, Lausanne, Lugano, Bolonha, Veneza, Pamplona e também na nossa Faculdade, onde leccionou no curso EAPA (Estudos Avançados em Projecto de Arquitectura) em 2015.

Tem escrito sobre arquitectura, nas principais editoras culturais e críticas da disciplina, como Lotus International, Casabella, Domus, AA. VV., Faces, Matières, Werk Bauen und Wohnen, Archi, Revista di Architettura entre outros; e tem sido editor chefe da Lotus International, de Stella Polare e da colecção: Essai d’Architecture da EPFL Lausanne, instituição onde ensinou e teve vários cargos de direcção.

Regularmente, Luca Ortelli publica livros e textos, sempre em torno de um profundo fascínio intelectual sobre o moderno da tradição clássica, problematizando sobre a sua força subliminar, intemporalidade e a permanente actualidade na contemporaneidade.

Luca, é uma grande honra tê-lo a leccionar no nosso curso de doutoramento. Muito obrigado.

 

Nuno Brandão Costa, 2021